19 de nov. de 2014

Simbolismo, uma nova realidade artística | Aula particular de inglês com arte

Aula particular de inglês com arte

O post de hoje no site do seu professor particular de inglês é sobre o movimento artístico que valorizou o subjetivo e expôs o que havia na mente dos artistas em suas obras. O Simbolismo é um movimento diversificado, originado na França, porém com muitas características em comum que o definem. Por exemplo, os simbolistas são os primeiros a declararem que o interior é mais adequado à arte que o exterior. Com esta premissa é bastante comum encontrarmos nas obras simbolistas temas ligados aos sonhos, aos delírios, às visões e, em comum com o movimento decadentista, o oculto, o erótico e o perverso.

Charles Baudelaire, com sua teoria da sinestesia, afirmava a existência de uma arte que se expressaria de uma forma fantástica através dos símbolos. Sons e cores se misturam e formam ideias, sons se tornam cores e cores se tornam sons.

O Simbolismo segue uma direção contrária a do Impressionismo, onde apenas era pintado o que os olhos podiam ver. Neste novo movimento o irracional é retratado e as obras têm como finalidade gerar diferentes emoções.



Objetivando o subjetivo

Já presente na literatura e na poesia, os ideais simbolistas migraram para as artes. Em 1886, o poeta Gustave Kahn (1859 - 1936) escreveu: “O propósito essencial da nossa arte é objetivar o subjetivo (a exteriorização da ideia), em vez de subjetivar o objetivo (a natureza vista através dos olhos de um temperamento)”.

Artistas de outros movimentos passaram a integrar ideias simbolistas às suas obras como Georges Seurat (Neo-Impressionismo), Paul Gauguin (Sintetismo) e Paul Sérusier (Cloisonismo e Nabis).
Um dos nomes mais importantes do movimento é Gustave Moureau (1826 - 98). Moureau enfrentou severas críticas quando expôs suas primeiras obras. Por conta disso, se afastou das exposições. Sua fama e reconhecimento vieram após o lançamento do livro “Á Rebours” de J.K. Huysmans (ver Decadentismo). O livro descreve diversas obras, com destaque às pinturas de Salomé.

A Aparição, 1875, por Moreau | Aula particular de inglês com arte
A Aparição, 1875, por Moreau


Toda uma geração de novos pintores foi influenciada pelas obras e ensinamentos de Moureau, como, por exemplo, Henri Matisse (Fauvismo) e Georges Rouault (Expressionismo).
Outro pintor que se destacou foi Pierre Puvis de Chavannes (1824 - 98) com obras que valorizavam o estado da alma e emoções intensas.

O Sonho, 1883, por Chavannes | Aula particular de inglês com arte
O Sonho, 1883, por Chavannes


Sonhos, pesadelos e depravação

O francês Odilon Redon (1840 - 1916), o pintor dos sonhos, foi influenciado pelas gravuras japonesas, pela botânica, pela literatura e pela arte fantástica. Em suas obras é possível ver uma mistura dessas influências. No começo se dedicou a desenhos em preto-e-branco e litografias, nos quais criou um mundo de pesadelos que traduziam os “tormentos da imaginação”. Redon transformou em arte visual muitas poesias simbolistas e, em 1882, fez um álbum de litografias dedicado a Edgar Allan Poe.

Cactus Man, 1882, por Redon | Aula particular de inglês com arte
Cactus Man, 1882, por Redon

Por volta de 1895, Redon começou a trabalhar com cores e os pesadelos retratados em suas obras se tornaram sonhos. Suas obras eram tidas como influência para os Nabis e os Surrealistas.

A Criança em uma Esfera de Luz, ano desconhecido, por Redon | Aula particular de inglês com arte
A Criança em uma Esfera de Luz, ano desconhecido, por Redon

James Ensor (1860 - 1949), pintor belga, é visto posteriormente como precursor do expressionismo e do surrealismo. Ensor estudou os escritores fantásticos e aliou pinceladas violentas às suas ideias, aos seus retratos sombrios da vida e às suas cores tipicamente impressionistas - o que causava um enorme contraste.

Ensor foi um membro fundador do grupo Os Vinte, porém até mesmo o grupo se recusou a expor algumas de suas obras, como A Entrada de Cristo em Bruxelas em 1889 (1888). Suas obras, contudo, foram mostradas em Paris em uma exposição organizada pela revista simbolista La Plume que, inclusive, lançou uma edição especial sobre James Ensor no mesmo ano.

A Entrada de Cristo em Bruxelas em 1889, 1888, por Ensor | Aula particular de inglês com arte
A Entrada de Cristo em Bruxelas em 1889, 1888, por Ensor

Também belga, o pintor Félicien Rops (1833 - 98), muitas vezes classificado como decadentista, também teve destaque entre os simbolistas com suas obras depravadas.

O norueguês Edvard Munch, com seus temas mórbidos e eróticos se destacou entre os simbolistas e exerceu grande influência entre os primeiros expressionistas alemães. Sua obra mais famosa, O Grito (1893), que retrata um sentimento de desespero e horror, tanto interno quanto externo, é considerada como precursora do expressionismo.

Outros importantes simbolistas europeus foram: Fernand Khnopff (Bélgica), Fernand Hodler (Suíca), Jan Toorp (Holanda) e os italianos Gaetano Previatti e Giovanni Segantini. Muitos deles expuseram suas obras nos Salões de Rosa Cruz.

O simbolismo se expandiu com força e teve expoentes também na Rússia e nos EUA.
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